quinta-feira, 9 de abril de 2020

CRISTO É A NOSSA PÁSCOA!



“Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”.
 1Co. 5.7b

Introdução: O termo “páscoa” deriva da palavra hebraica “pessach”, que significa passar por cima, pular além da marca ou passar sobre (atravessar). Quando Deus ordenou ao anjo destruidor que eliminasse todo primogênito na terra do Egito, a casa que tivesse o sinal do sangue do cordeiro não seria visitada pela morte. (Êxodo 12:1-36). Os judeus passaram então a celebrar a Páscoa (Pessach) comemorando a saída do Egito, a passagem para a liberdade. A partir de Jesus, essa celebração foi substituída pela Ceia do Senhor, com o pão e o vinho, em Sua memória. Não mais para relembrarmos a saída do Egito, mas para estarmos sempre nos lembrando da liberdade que nEle há, da Sua morte e ressurreição. A páscoa celebrava-se com morte de um cordeiro no dia 14 de Abibe (Êxodo 13.4 Mc 14:12 Lucas 2:41). Abibe significava espigas verdes e corresponde ao primeiro mês do calendário hebraico. Já em nosso calendário, este mês corresponde a marçoabril. O homem moderno, em suas muitas ocupações, tem se esquecido do profundo significado da festa da Páscoa, até porque, a versão secular desta data é apenas comercial e não religiosa, inserindo significados estranhos ao que a páscoa tem verdadeiramente dentro do contexto escriturístico. Tradições pagãs na Páscoa atual: A origem dos ovos e coelhos é antiga e cheia de lendas. Segundo alguns autores, os anglo-saxões teriam sido os primeiros a usar o coelho como símbolo da Páscoa. Outras fontes, porém, o relacionam ao culto da fertilidade celebrado pelos babilônicos e depois transportado para o Egito. A partir do século VIII, foi introduzido nas festividades da páscoa um “deus” teuto-saxão, isto é, originário dos germanos e ingleses. Era um deus para representar a fertilidade e a luz. À figura do coelho juntou-se o ovo que é símbolo da própria vida.

Em grande parte dos países ainda é um costume comum, embora que em outros, os ovos tenham sido substituídos por ovos de chocolate. No entanto, o costume não é citado na Bíblia. Portanto, este costume é uma alusão a antigos rituais pagãos. Ishtar ou Astarte é a deusa da fertilidade e do renascimento na mitologia anglo-saxã, na mitologia nórdica e mitologia germânica. A primavera, lebres e ovos pintados com runas eram os símbolos da fertilidade e renovação a ela associados. A lebre (e não o coelho) era seu símbolo. Suas sacerdotisas eram ditas capazes de prever o futuro observando as entranhas de uma lebre sacrificada. Ou seja, de origem pagã! Na tentativa de “cristianizar” uma prática que nada tem a ver com o verdadeiro sentido bíblico da festa da Páscoa, instituída pelo próprio Deus, muitos artifícios são utilizados para deturpar verdades simples de Sua palavra. Alguns até “espiritualizam”, dizendo que o coelho, devido à sua grande fecundidade, simboliza a Igreja, que recebeu de Deus a capacidade de gerar muitos discípulos. Vale lembrar que no Antigo Testamento bíblico, o coelho era tido como animal impuro. Ao seu lado, dizem eles, vem o ovo que é símbolo de ressurreição, pois contém vida dentro de si que apenas aguarda o momento de ser revelada, fazendo alusão ao sepulcro de Cristo. Assim, o ovo de chocolate é lembrado como o túmulo que se abriu para a ressurreição de Cristo. As pinturas em cores brilhantes que acompanham as embalagens dos ovos de chocolate representariam a luz solar. Que engano! A Páscoa significa libertação. A Páscoa surge como a festa que marcava o fim da opressão escravizadora de Faraó sobre o povo hebreu. A profecia a Abraão revelava que seus descendentes ficariam sob o domínio de uma terra estranha por 400 anos, mas que depois eles seriam libertados e sairiam com grande riqueza (Gn 15: 13,14). E isto de fato ocorreu, mas não antes que esta festa fosse celebrada. E um pequeno detalhe, se esta festa era a festa da libertação, porque então ela foi celebrada antes da libertação propriamente dita? Porque Deus quis ensinar que o sacrifício expiatório, a fé e a nossa obediência precedem a plena libertação, afinal, Israel não estava sendo libreto apenas de Faraó, mas também do Anjo Destruidor. A Páscoa dos hebreus os libertou da escravidão, opressão, miséria e de seus pecados perante Deus. A aplicação da Páscoa: A páscoa, como é comemorada pelo mundo, não nos traz qualquer benefício, mas quando entendemos que nossa Páscoa é Cristo, então chega a hora de tirarmos das reflexões e práticas correlatas, muitas importantes lições. Primeiramente aprendemos que se Cristo é a nossa Páscoa, não faz sentido a comemorarmos com ovos e nem coelhinhos, tampouco com sacrifício de animais, mas através do sacramento ordenado por nosso Senhor Jesus Cristo. 

Jesus celebrou a páscoa pela última vez e instituiu, em seu lugar, a Ceia Memorial. Aquela última páscoa ficou encerrada a Antiga Aliança, relembrada e legalmente instituída no Sinai (Lucas 22:14-18). Logo em seguida, a Ceia é instituída, memorando a Nova Aliança no Seu Sangue (Lucas 22: 19,20). Desta forma percebemos que a Páscoa foi trocada por Jesus pela Ceia. A Ceia, portanto, é para ser comemorada até que Cristo volte e não a páscoa, cujo término foi retificado com a morte de Cristo no Calvário. Nesse sentido, a Páscoa deve ser celebrada por nós com profunda reverência, até porque, não memorizamos apenas uma vez por ano, mas todas as vezes que comemos o pão e bebemos o vinho em memória da morte do Senhor Jesus. É necessária a celebração da Páscoa hoje? Não! Por quê? A própria Bíblia responde: “Porque Cristo, a nossa Páscoa, foi sacrificado por nós” I Co. 5:7. O cordeiro sacrificado por ocasião da Páscoa relembrava a libertação passada, mas também tipificava o Senhor Jesus Cristo que haveria de ser sacrificado por nós. Cristo é o Cordeiro de Deus, a nossa Páscoa. O cordeiro pascal tinha que ser macho, de um ano, na flor da idade. Havia de ser sem defeito denotando a pureza de Jesus Cristo. “Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo” I Pedro 1:18, 19. Havia de ser separado por quatro dias antes, denotando a designação do Senhor Jesus para ser nosso Salvador. É interessante notar que, havendo de ser crucificado na Páscoa, Jesus Cristo entrou em Jerusalém quatro dias antes, no mesmo dia em que o cordeiro pascal era posto à parte. Havia de ser morto por toda a comunidade (“Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado” - Hebreus 9:26), diante da multidão (“Toda a multidão, porém, gritava: Fora com este! Soltanos Barrabás!” - Lucas 23:18), nenhum osso foi quebrado (“E isto aconteceu para se cumprir a Escritura: nenhum dos seus ossos será quebrado” - João 19:36).Hoje, no lugar da Páscoa, devemos participar da ceia do senhor. A Santa Ceia é a maior festa do crente e se ele não desfruta dela a culpa é dele. A Santa Ceia deve ser uma festa de pão sem fermento. Observada em amor, sem o fermento da maldade, da hipocrisia, em sinceridade diante de Deus e dos homens. 

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