Romanos 12:1-2
No
início do século XVI, o monge alemão Martinho Lutero, proferiu três
sermões contra as indulgências em 1516 e 1517. Em 31 de outubro de 1517,
pregou 95 Teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg com um
convite aberto ao debate sobre elas tendo este fato comumente
consideradoo início da Reforma Protestante.
Várias
lutas foram enfrentadas por este monge. Fora pelo rei e excomungado
pelo Papa, o que em sua época seria o mesmo que estar morto, pois
qualquer um excomungado pela igreja poderia ser assassinado sem justa
causa e por qualquer motivo, até o simples fato de estar caminhando em
uma rua.
A
Reforma Protestante teve dimensões colossais uma vez que reinos e
Igreja Católica foram divididos, soberanias nacionais sendo construídas e
reconstruídas como o caso da própria Alemanha. Dimensões políticas,
econômicas, sociais e religiosas, todas elas foram abarcadas dentro do
pensamento reformado em que um dos lemas era: "Igreja Reforma e sempre
Reformando".
O
texto bíblico nos aponta três características de uma Igreja Reformada e
que Sempre se reforma. A primeira é a santidade, a qual Paulo nos
exorta a apresentarmos sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é a
nossa vida de culto a Deus. A segunda é a inconformidade com a
estrutura de poder, dominação, maldade, o consumismo, o pecado, os
ídolos externos e internos, a frieza sentimental, etc. E a terceira
característica é a transformação que acontece com a renovação da mente e
vida em Cristo.
O
texto nos mostra que santidade que não se incomoda com o pecado não é
santidade. E que Inconformismo sem transformação, sem proposta de
mudança e renovação é palavra e sentimento solto ao vento. Com base
nisso, sempre me pergunto se Lutero tivesse se calado na Alemanha,
Calvino em Genebra e Zuínglio na Suiça o que seria hoje de nós Igreja
Reformada?
Deus
levantou homens que honraram o texto bíblico de renovação,
inconformismo e santidade, e viveram as suas vidas, alguns doando-a pela
causa da reforma para que pudéssemos hoje ter acesso ao texto sagrado,
para que pudessemos ministrar uns aos outros para termos um sistema
democrático, uma educação para todos, isto tudo começou dentro da
perspectiva da Reforma Protestante.
Ao
ansiarmos ser uma Igreja Reformada, não podemos esquecer que sempre
estaremos em Reforma, pois dia a dia somos chamados para a santidade, o
inconformismo e a renovação de nossa mente para a transformação das
vidas e contextos de vida que nos cercam. Uma Igreja que não vive a
dimensão da santidade, do inconformismo com a realidade que vive, seja,
política, econômica, social e/ou religiosa. E que não se propõe a
transformar dia a dia estas realidades imprimindo o caráter de Cristo
nunca será uma Igreja Reformada, mas sim Deformada, pois a herança que
recebemos dos reformadores é a de uma Igreja que se constrói firmada em
Cristo, com doutrinas sólidas, mas que não se engessa no tempo, em seu
moralismo e nos seus costumes. Que Deus nos faça uma Igreja Reformada e
sempre reformando.
Rev. Julio Cesar de Souza Taveira
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